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segunda-feira, 29 de abril de 2013

SER POLICIAL

Como POLICIAL, enfrentei O MAIOR CHOQUE CULTURAL DE MINHA VIDA, ao ter de argumentar com todo tipo de pessoas, do mendigo ao magistrado, entrar em todo tipo de ambiente, do meretrício ao monastério.
Como POLICIAL, fui PARTEIRO, quando não dava tempo de levar as grávidas ao hospital, na madrugada;
Fui psicólogo, quando um colega discutia com a esposa, diante da incompreensão dela, às vezes, com a profissão do marido;
Fui assistente social, quando tinha de confortar A MÃE DE ALGUMA VÍTIMA assassinada por não possuir algo de valor que o assaltante pudesse levar;
Fui pedreiro, ao participar de mutirões para reconstruir casas destruídas por enchentes;
Fui paramédico fracassado, AO VER UM COLEGA IR A ÓBITO A BORDO DA VIATURA;
Fui paramédico realizado, ao retirar uma espinha de peixe da garganta de uma criança;
Fui obrigado a me tornar gladiador em arenas repletas de terroristas, que são os membros de torcidas organizadas, em jogos de times pelos quais nem torço;
Como POLICIAL, sobrevivi graves acidentes com viaturas na ânsia de chegar rápido àquela residência onde a moça estava sendo estuprada ou na qual um idoso estava sendo espancado;
Fui juiz da vara cível, apaziguando ânimos de maridos e mulheres exaltados, que após a raiva uniam-se novamente e voltavam-se contra a POLÍCIA;
Fui juiz de pequenas causas, quando EM MINHA FOLGA, alguns vizinhos me procuravam para resolver SEUS problemas;
Fui o homem que quase perdeu a razão, ao flagrar um pai estuprando uma filha, ENQUANTO A MÃE O DEFENDIA;
Fui o cara que mudou TODOS os hábitos para sempre, andando em estado de alerta 25 horas/dia, sempre com um olho no peixe e outro no gato, confiando desconfiado.
Como POLICIAL, fui xingado, agredido, discriminado, vaiado, humilhado, espancado, rejeitado, incompreendido.
Na hora do bônus, ESQUECIDO;
Na hora do ônus, CONVOCADO.
Tive de tomar, em frações de segundo, decisões que os julgadores, no conforto de seus gabinetes, tiveram meses para analisar e julgar.
E mesmo hoje, calejado, ainda me deparo com coisas que me surpreendem, pois afinal AINDA sou humano.
Não queria passar pelo que passei, mas fui VOLUNTÁRIO, ninguém me laçou e me enfiou nessa missão, né? Observando-se por essa ótica, é fácil ser dito por quem está “DE FORA”, que minha opinião NÃO IMPORTA, ou que simplesmente, não existe.
AMO O QUE FAÇO E O FAÇO PORQUE AMO. Tanto que insisto em levar essa vida, sabendo que terei de passar por tudo de novo, a qualquer hora, em qualquer dia e em qualquer lugar.
E O FAREI, SEM RECLAMAR, NEM RECUAR.
Porque se o Senhor não guarda a cidade, em vão vigia a sentinela.

sábado, 27 de abril de 2013

CARTA DA ESPOSA DE UM POLICIAL MILITAR

CARTA DA ESPOSA DE UM POLICIAL MILITAR
Sou esposa de POLICIAL, e às vezes sou agraciada com uma ou outra cartinha de um superior elogiando um grande feito do meu marido.

Mas querem saber?

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO por deixá-lo patrulhar todas as residências alheias numa noite chuvosa e fria... menos o próprio lar aconchegante;

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO por ter que passar Natais e Anos Novos sem o pai dos meus filhos, mas mesmo assim fazê-los acreditar que Papai Noel existe em todas as casas;

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO por segurar o choro de emoção ao ouvir sozinha o coraçãozinho do meu primeiro filho e me convencer que o seu pai precisava estar ausente;

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO por apoiar e incentivar o homem por trás do policial, forte, imparcial, justo e perseverante;

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO por passar meus aniversários sozinha pois meu companheiro está uma escala extra num jogo de futebol do qual nem participam os times que torcemos;

Nunca ouvi um MUITO OBRIGADO das entidades de preservação dos direitos humanos pela vida de um policial militar que se perdeu num confronto com todas espécies de bandidos cujas vidas parecem valer mais que as próprias almas dos policiais.

Mas nada importa, porque todos os dias ouço um "OBRIGADO", muitas vezes mudo, muitas vezes surdo, mas sempre verdadeiro... Esse obrigado vem do olhar de canseira do meu marido quando se deita, após o raiar dia... vem da sua mão áspera acariciando seu filhinho... vem do sorriso agradecido por ter uma "corporação" na sua casa, na sua família e nos seus amigos.

OBRIGADA SENHOR PELO POLICIAL MILITAR QUE É MEU MARIDO E POR TODOS OS OUTROS QUE VELAM POR NÓS.

E um obrigada orgulhoso a você que teve paciência de ler meu desabafo.

AMÉM!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eventos no Brasil














Apesar do meu ofício,
Não deixarei de falar aos quatro ventos,
O quanto estamos prestes a mostrar ao mundo, COMO NÃO SE FAZ SEGURANÇA.
É risível.
É patético.
É completamente sem cabimento.
Se pararmos para comparar os números entre o Rio de Janeiro e Boston, no que diz respeito à ESTRUTURA, iremos sentir uma vergonha enorme. E mesmo diante desse abismo, vimos o quanto é difícil conter o ÍMPETO TERRORISTA.
Gestores mafiosos, verdadeiros "Senhores do Crime", lançarão centenas de atletas e espectadores aos leões da INSEGURANÇA GENERALIZADA.

Por Sandro Araújo